Dia 10 de setembro. Dia Mundial
das Línguas. Momento de reflexão linguística!
Lá se foi o trema...
O país desenvolverá
em Brasília, nos dias 10 a 12 de setembro próximo, o mais importante evento
linguístico- ortográfico, denominado Simpósio Linguístico-ortográfíco da Língua
Portuguesa, reunindo os oito países lusófonos.
À frente deste
magno projeto se encontra a Academia de Letras de Brasília, que visa debater e
sugerir às autoridades governamentais dos países envolvidos estudos no que
concerne à linguística e à ortografia, a fim de proporcionar colaboração
democrática na consecução do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, ora sub examine, no Brasil, até 31 de
dezembro de 2015, conforme Decreto n° 7.875, de 21.12.2012.
A Presidente Dilma
Vana Roussef alterou o prazo de
vigência!
Angola, Brasil,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor
Leste, ora integrantes da
Comunidade dos Países da Língua
Portuguesa (CPLP), sob a liderança de seu Presidente – diplomata Murad Isaac
Miguigy Murargy, reúnem-se a buscar pontos convergentes de seus falares, em
África, Ásia, América e Europa.
Actualmente ou
atualmente, tanto faz, a Guiné Equatorial deverá incorporar-se à CPLP,
constituindo-se a nona nação usuária da Língua de Camões.
Neste mundo
globalizado, onde a língua universal é a inglesa, como já foi a francesa, o
latim, deve-se relembrar a frase lapidar do ex- presidente da Academia das
Ciências de Lisboa, imortal Adriano
Moreira – A Língua transporta valores!
O simpósio visa a
análise científica do idioma, razão pela qual foram convidados doze expoentes
dessas vertentes, como João Malaca Casteleiro ( Academia das Ciências de
Lisboa), Evanildo Cavalcante Bechara ( Academia Brasileira de Letras), Luis
Passegi (Associação Brasileira de Linguística), Deonísio Silva ( Academia
Brasileira de Filologia), Daniel Leonard Everett ( Bentley University), Maria
Helena de Moura Neves ( Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita
Filho), Solange Maria da Rocha (
Instituto Nacional de Surdos e Mudos), Maria Odete Santos Duarte ( Instituto
Benjamim Constant), Ulisses Riedel ( Ensino do Esperanto), Ernani Pimentel (
Projeto Acordarmelhor), Dad Squarisi ( Correio Braziliense), Francisco
Adalberto Nóbrega ( a importância do latim).
A Academia de
Letras de Brasília convidou todas as academias de letras dos estados
brasileiros, bem como as municipais, a integrarem este evento magno para que
possam, de forma transparente e respeitosa, oferecer seus entendimentos, suas
críticas e sugestões, enfeixando os mais diversos pensares do território
nacional e dos países envolvidos.
Verdadeiro cadinho
a céu aberto, onde os participantes possam amalgamar estas matérias, de forma
livre, sem amarras institucionais, ofertando aos seus governos subsídios
fundamentais.
O Simpósio
Internacional Linguístico-ortográfico da Língua Portuguesa deverá constituir-se
num marco referencial na Capital da Esperança, imperdível.
José Carlos Gentili
Presidente da
Academia de Letras de Brasília
Sr. José Carlos Gentili,
ResponderExcluirPresidente da Academia de Letras de Brasília:
Malaca Casteleiro é o responsável pela actual degradação do Português Europeu. Contribuiu com o Acordo Ortográfico de 1990 para o desenvolvimento de uma ortografia caótica que está a ter reflexos na própria pronúncia. Sofre de complexo de inferioridade que não é partilhado pelos Portugueses. A classe política, na sua maioria gente pouco culta ou ignorante mesmo, resolveu impor aos Portugueses as novas regras sem lhes perguntar se estavam de acordo com o novo Acordo. Resultado: hoje em dia cada um escreve como calha e as próprias instituições oficiais misturam num mesmo texto o AO90 e o anterior Acordo de 1945. Está assim aberto o caminho para a generalização da iliteracia. Faço votos que os outros participantes no Simpósio sejam pessoas mais eruditas do que o nosso representante e não vão na cantiga de que simplificar( esquecendo a história das palavras, as suas conecções com as restantes da mesma família, o seu étimo ou tornar palavras que se distinguem pela acentuação irreconhecíveis em determinados contextos, por exemplo) não é o caminho para a natural evolução da língua. Este senhor não consegue perceber que está a empobrecer a Língua Portuguesa ao tentar reduzir as suas variedades ao mínimo. Nunca ouvi nenhum Português( e os Portugueses são grandes consumidores das Telenovelas Brasileiras) queixar-se que não entendia o que era dito na variante brasileira do Português. Pelo contrário, as pessoas em geral, gostam de ouvir falar "Brasileiro" e até adoptam sem problemas muitas das suas expressões idiomáticas e vocabulário. Não é por acaso que o Brasil é o destino turístico preferido pelos Portugueses que gostam de viajar para e num país onde se fala a sua língua.
Por outro lado gostaria de chamar a sua atenção para a questão prática que tem a ver,por um lado, com a aprendizagem do Português por milhares de estrangeiros que será impraticável reciclar. Por outro lado, a substituição de todas as obras e manuais didácticos que não estão escritos segundo o AO90.
Votos do maior sucesso para o Simpósio, a bem da Língua Portuguesa e de todas as suas variedades.
Com os melhores cumprimentos.
Isolete Calheiros
O "Acordo ortográfico" não tem pés nem cabeça, parece que foi concebido por trolhas...
ResponderExcluirUma língua é como um organismo vivo: nasce, cresce e morre. Nasce quando se diferencia de uma norma e ganha autonomia; cresce quando os seus utentes fazem dela um meio mais abrangente e onde todos se sentem incluídos; fica doente quando os seus utentes deixam de a saber usar; morre por deixar de ser necessária. O presente "acordo" ortográfico é um instrumento ditatorial que em lugar de incluir as diferenças estabelece normas que aumentam a ambiguidade e por não respeitar as especificidades existentes de todos os falantes acaba por excluí-los. Tem sido um instrumento promotor de desordem.
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