sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Discurso de Posse do Ministro Valmir Campelo






                   Senhor Presidente, acadêmico José Carlos Gentili,
                   Senhoras e Senhores acadêmicos,
                   Caríssimos amigos,
                   Senhoras e Senhores,

 “Como os poetas que já cantaram,
e que ninguém mais escuta,
eu sou também a sombra vaga
de alguma interminável música.”
(Cecília Meireles).
                  
                   Os versos do belíssimo poema de Cecília Meireles, que dão luz à epígrafe deste discurso, se por um lado, com resignado lamento, como diz Antonio Carlos Secchin, “parecem confinar os escritores à contingência de uma ‘sombra vaga’ ‘que ninguém mais escuta’, por outro, ‘os alçam à condição de elos necessários a ‘alguma interminável música’.”
                   “Ainda que não alocados no pódio de solistas, participam de um concerto para muitas vozes – e talvez seja esta uma das mais nobres missões da Academia: convocar à vida os nossos mortos, despertar contra o esquecimento as palavras represadas no sono dos livros, fazê-las fluir para que venham integrar-se à ‘interminável música’ da literatura.”
                   Balizado pela memorável mensagem de Cecília Meireles, que acolhe o tempo findo, começo falando do passado, que ajuda a compreender a vida e que para mim é intocável, mas sem perder de vista a perspectiva do futuro, que alenta a existência.
                   Atento à reflexão de Mário Quintana, no sentido de que “o tempo é a insônia da eternidade”, lembro que foi longa a trajetória e lento o tempo para alcançar a culminância desta singular tribuna e me incorporar à honrosa companhia dos ilustres membros da prestigiosa Academia de Letras de Brasília.
                   Parti da minha querida Crateús, polo da região centro-oeste do Ceará, cidade de grande importância na história política, geográfica e econômica do Estado, com seus atrativos naturais, como a Reserva Serra das Almas, a Fauna dos Caboclos, o Canyon do Rio Poty, os Poços do Rio Poty, as grutas e cavernas, o Castelo de Pedra, o Olho d'Água, o Açude Carnaubal e o Açude Realejo.
                   Tenho-a como recanto de uma semente ainda intacta dentro de mim, germinada para carregar eternamente no sangue o sentimento de orgulho por ser parte do lugar que arquitetou meu projeto de vida com as lições retidas ao longo da minha formação geral lá obtida, e que consolidaram o meu caráter.
                   Possibilitou-me experimentar o melhor que o mundo pode oferecer às pessoas, que é a infância feliz e a constituição de uma família em bases sólidas, parâmetros essenciais na formação do ser humano, onde buscamos nossas referências, nossas raízes, enfim, de onde vem a direção para a nossa caminhada.
                   Revisitando JG de Araujo Jorge, às vezes volto magicamente àquela deliciosa vida de criança, para concordar que “felicidade é a gente poder olhar para trás e encontrar esse vago mundo em ‘sol menor’ que se chama infância”.
                   Felizmente, algum conforto a tantas saudades  ainda consigo encontrar em Fernando Pessoa, na força conotativa de versos pródigos de passagens nostálgicas sobre uma época que é impossível esquecer:
  
“Quero ir buscar quem fui onde ficou.
 Na ausência, ao menos, saberei de mim,
 E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar
 Em mim um pouco de quando era assim.”

                   Fui uma criança contemplativa, levada a esse pendor e disposição de espírito pelo lento ritmo de vida da minha cidadezinha, a me permitir observar atentamente e com admiração as árvores e os ventos fortes que a rodeiam “a dialogar com a imensidade”, como as palmeiras, de um poema de Alberto de Oliveira.
                   Perdia a conta dos dias, embevecido pela frondosa oferta de descanso, ao lado das generosas sombras de quietude, tudo a indicar que todas as coisas estavam no seu devido lugar e impregnadas de eternidade.
                   São as minhas paisagens eternas, cobertas de ternura, alagadas de luzes, ora do sol, ora da lua, num revezamento celestial encantador e digno da criação de Deus, para revestir de beleza permanentemente as moradas humildes tão presentes, de janelas sempre abertas.
                   Lá, também cintilava a fascinante prata reluzente dos rios viajantes clamando por mergulhos nos mundos que para além deles se ocultavam.
                   O céu era a fronteira a ser decifrada, completamente evadido ao bulício da terra e entregue ao exercício prático da meditação, dando velas aos sonhos, por oferecer matéria farta e contínua.
                   Víamos a lua, que é o sol da noite, caminhando pelo céu com a sua luz branda e macia, nos ensinando que a noite, que esconde tantos segredos, também tem o seu fulgor e sua beleza.
                   Sem ela, não veríamos as estrelas, essas magníficas pérolas douradas ou resplandecentes gotas de luz que, engastadas no espaço, enfeitam o firmamento e apontam os caminhos misteriosos e imensuráveis do universo.
                   Era o luar tomando conta de tudo, furtando o sono de cada um e fazendo esbanjar as nossas sequências de ideias vagas, que prescindiam de olhos fechados.
                   Com isso, eu que materialmente não possuía nada, ao mesmo tempo, intimamente tinha tudo em Crateús, inclusive o encanto inebriante do pôr do sol, que pertence a quem olha.
                  
                   Era quando eu assistia extasiado ao deslumbrante raiar de esplendor se despedindo no fim da tarde e cumprindo os desígnios do Criador, para anunciar o instigante anoitecer de violeta e ouro, com sua meia-luz crepuscular exibindo-se suavemente como a toada confortante de uma prece.
                   Assim, eu deixava naquele especial reduto de emoções o vivo testemunho da minha devoção pelo conteúdo sagrado que brotava do diálogo puro e revelador entre o contemplativo profundo e a voz superior e interminável da criação divina.
                   Desse imenso prazer de interrogar o mistério e da angústia em vê-lo esclarecido é que talvez tenha vindo a mim o interesse por um novo mundo, fazendo com que, dentro do coração de menino, o desejo precoce de decifrar os enigmas da vida ganhasse corpo e asas.
                   Após um árduo percurso e muitas escalas, numa sucessão de acasos felizes  acasos que sugerem caminhos e que prefiro entender como a lógica de Deus, que é espiritual e divinamente sábia, conforme acentua o escritor francês Georges Bernanos, percebo que o rumo percorrido não resultou em pura perda.
                   Afinal, conferindo validade ao dizer de Virgílio, em sua Eneida  o destino encontrará o seu caminho, vejo-me aqui sobremodo alteado, ao me integrar orgulhosamente a esta nobre Casa do saber, graças ao gesto consagrador e generoso dos eminentes pares, aos quais se impõe reconhecer um esforço continuado em favor da língua de que são inquestionáveis expoentes.
                   Agradeço a todos que me distinguiram com a sua escolha. Revelaram uma confiança fraterna que há de ser correspondida com um gesto intacto de responsabilidade.
Acrescento à honra de ingressar na majestosa instituição de letras a alegria de ser saudado por um amigo dileto e brilhante escritor, o acadêmico Diniz Felix dos Santos.
 A ele, minha gratidão pelas amáveis e bondosas palavras a meu respeito. Estimado Diniz, esteja certo de que somos todos devedores da sua lúcida contribuição para a literatura brasileira, ao colocar a serviço da arte de compor e escrever o seu inegável talento.
                   E assim fazendo, quero estender a gratidão à minha família e à minha terra, esta com suas paisagens, sua gente e seus lugares. A todos eles, devo ao menos muito do pouquíssimo que sou, como diz Antônio Nobre.
                   Recebo a elevada distinção, que tanto me desvanece e me comove, como um prêmio de valor inestimável, a coroar uma carreira de devotado homem público, ocupando há 16 anos o dignificante cargo de Ministro do Tribunal de Contas da União, após ter exercido, com muita honra, os mandatos de Deputado Federal Constituinte e Senador da República, conferidos pelo povo do Distrito Federal.
                   Não obstante a extensa quadra na luta, posso assegurar que ainda não arrefeceu em mim o ânimo para continuar a vida de trabalho intelectual, cívico e profissional, em defesa do bem comum, agora acrescida, por força do ingresso nesta venerável agremiação literária, da dedicação à cultura da língua vernácula e da literatura nacional.
                   Juntando-me a tantos literatos, ficarei também ao lado da tese de Ernst Cassirer, no sentido de que o homem é um animal symbolicum.
                   Portanto, estaremos aqui cuidando para que a palavra, que é a ferramenta do ofício das ideias, continue sendo o centro gravitacional do nosso caminhar.
                   Vê-se uma linguagem que é própria da literatura, para não expressar apenas um meio de comunicação ou uma lógica, mas também uma maneira de pensar, um sentimento, uma emoção, identificados num revelador emaranhado de traços estilísticos distinguidores de cada autor.
                   Ferreira Gullar, sob o influxo de sua sempre inspiradora poesia, suscita o sentido da virtude criativa, dizendo que fazer arte é soprar espírito na matéria, para alcançar certo nível de transmutação, em que cada linha, cada zona de luz ou treva, vira expressão, que assimilamos integralmente, porquanto a obra-prima não deixa resto.
                   Daí esta maravilha de síntese do extraordinário poeta: “A arte só existe porque a vida não basta”.
                   Assim, enfatiza-se a aptidão humana típica para criar símbolos e pensar em um mundo particular, sem contato com a realidade bruta da vida, na medida em que o homem não vive em um ambiente puramente físico, mas também em um universo simbólico.
                   Linguagem, mito, arte, religião e todas as outras áreas da atividade cultural constituem os fios do tecido simbólico. Qualquer progresso do pensamento humano reforça e amplia este tecido.
                   E tudo tem a ver com as questões atinentes à índole do homem, “esse ser de contradição que mescla a imperfeição de sua conduta com aspirações e anseios de plenitude”, conforme enfatiza Tarcísio Padilha.
                   Por sua natureza, a literatura está sempre aberta para as contradições e inquietações da humanidade, imersas numa permanente e dasafiadora tensão dialética.
                   Nela, não há como encontrar parâmetros que lhe delimitem a área de abrangência. A rigor, o escritor parte do nada, colocando numa folha em branco tudo o que a sua sensibilidade permite, e fazendo da criação literária um especial desafio. Não foi sem razão que João Cabral de Melo Neto escreveu:
                       
                   “Sei que traçar no papel é mais fácil que na vida.
                   Sei que o mundo jamais é a página pura e passiva.
                   O mundo não é uma folha de papel, receptiva.”
                  
                   É assim que os autores vêm nos fazer companhia, alargando os nossos horizontes e nos transportando para o mundo do imaginário, o verdadeiro universo das pessoas, na certeza de que não há limites para o que desejam expressar.
                   São capazes de evitar que nos segreguemos na horizontalidade do cotidiano, fazendo-nos ganhar brilho novo a partir de uma luz antes despercebida.
                   São especialistas em lançar sobre nossa percepção olhares abertos aos devaneios e às fabulações, alimentando mentes com o vigor das fantasias e ilusões, como a dizer que o mundo não é só isso que se vê.
                   Na qualidade de artífices da invenção, espalham rajadas de ar fresco e regenerador nos ventos que nos chegam mórbidos de realidades que não bastam.
                   Sabem que é preciso cultivar dúvidas que levem o leitor a tentar descobrir o motivo de tudo, aí incluída a maior ambição humana, que é encontrar a razão da própria existência.
                   É a conscientização de que o raciocínio cartesiano puro e simples, em suas explicações lineares, é apenas um dos instrumentos para se entender o grande mistério chamado viver.
                   Evidentemente, é impossível abordar o domínio e a exploração das ideias sem uma consideração atenta sobre “Dom Quixote”, o maior romance de toda a história da literatura universal, a que Olavo Bilac chamou de “a sátira mais feroz e dolorosa com que jamais se amaldiçoou a baixeza da condição humana”.
                   Não há como esquecer a cena em que Dom Quixote trespassa com a lança a pá de um moinho de vento e é projetado no ar, uma das passagens mais célebres da literatura de todos os tempos, reveladora de um rico panorama dos tipos humanos.
                   Com certeza, muitos já divisaram os mesmos moinhos, já sentiram o sopro dos mesmos ventos e já viveram idênticos sonhos.
                   Também não tenho dúvida de que muitos souberam mesclar a poesia com a ironia, o sublime com o grotesco, a divindade com o mundano, vendo na loucura e nos hiatos de lucidez do aventureiro imaginado por Cervantes possibilidades para uma consideração problemática do universo, onde o combate derrotado, porém sublime, é mais importante que o prosaísmo da realidade, com a mitificada encarnação do ideal.
     É a singular criatividade que se expressa tão bem via usos estéticos da linguagem, fazendo de cada narrativa algo capaz de suscitar em outrem o desejo de renovação, conforme também se vê magnificamente na literatura produzida por Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos e Gilberto Freyre, que retrataram como poucos o Nordeste brasileiro, ao relatarem o flagelo da seca e o coronelismo.
                   E nessa trilha de admiráveis façanhas da manifestação das letras, impõe-se pôr em evidência também a rica literatura produzida por Marcos Vilaça, ilustre membro da Academia Brasileira de Letras e seu presidente por duas vezes, de quem tenho a honra de privar da amizade e de haver sido colega de magistratura no TCU.
                   O fenômeno do coronelismo não escapou também ao olhar atento desse iluminado pernambucano, que é um exemplo da estirpe de intelectuais, plenamente consciente de que o intelecto não é como o olho que se limita a ver as coisas, mas sim como a mão que imprime a sua forma naquilo que toca.
                   No seu extraordinário “Coronel, coronéis”, Marcos Vilaça, ao acertar contas com a história, se esmera para desenhar o apogeu e o declínio do coronelismo no Nordeste, numa especial riqueza de criação.
                   É uma obra que, no dizer de Tarcísio Padilha, “já nasceu clássica pela sua permanente vigência, por uma atualidade advinda do cuidado em investigar minuciosamente a alma humana e o fenômeno do coronelismo, nos ofertando os novos caminhos do Nordeste que o próprio Marcos Vilaça soube trilhar com talento e arte”.
                   Em síntese, todas essas obras ora lembradas atravessam o tempo e representam muito bem a nobre arte de criar, a exemplo de tantas outras igualmente consagradas, de ícones da nossa literatura, como Machado de Assis, Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto, Ferreira Gullar, Ariano Suassuna, entre outros expoentes de idêntica grandeza.
                   Estão contempladas com a “provisão de sol interior”, de que falava Joaquim Nabuco, ao imaginar a necessidade da paixão humana, do interesse vivo e palpitante no destino e na condição alheia.
                   Entendia que “era preciso que o interesse fosse humano, universal; que a obra tivesse o caráter de finalidade, a certeza, a inerrância do absoluto, do divino, como têm as grandes redenções, as revoluções de caridade ou da justiça, as auroras da verdade e da consciência sobre o mundo”.
                   São obras que testemunham as emoções, as razões, as crises e as construções, que marcaram épocas pelas quais passou a humanidade, trazendo formas repletas de personagens, de cenários, de vivências, para dizerem o que vai no coração e na mente dos autores.
                   Refletem a função básica da arte, que é nos permitir discernir pensamentos e percepções que por outros meios não seria possível, levando aquele que lê a jamais voltar a ver o mundo como antes.
                   Eis aí, em apertadíssima síntese, a literatura no seu rico e fundamental papel de intérprete maior da humanidade, ao embrenhar-se nas questões universais e nos dilemas das pessoas, fazendo o leitor observar e sentir os dias com a sua própria consciência e realidade, diante da relação entre fatos, experiências e invenções.
                  
                   Senhoras e Senhores acadêmicos,
                   Senhoras e Senhores,

Ante este especial momento, vi-me compelido a fazer esse passeio por algumas páginas da essência da literatura, observada em seus princípios teóricos e práticos.
Era necessário convocar para a singular ocasião o gênio inventivo aplicado na célebre arte, de modo que a típica representação do talento a serviço da literatura pudesse saudar nesta solenidade a excepcional obra de Odorico Mendes, ratificando o sentir de Octavio Paz, para quem “os escritores não têm biografia. A sua obra é a sua biografia”.
Odorico Mendes é o patrono da cadeira 37, da qual hoje orgulhosamente me aproximo, com a firme determinação de procurar honrar as tradições de um ilustre maranhense credenciado por uma história de valor e mundialmente louvado pelo fulgor de sua criatividade, com que pavimentou o seu definitivo lugar na galeria dos maiores nomes da nossa literatura.
Sua mensagem transita pelos tempos como as “eternidades do minuto”, de que fala Drummond, para ocupar um território privativo das grandes realizações.
A formação humanística e a vasta erudição forneceram-lhe os instrumentos para a grande empreitada literária que empreendeu, especialmente após deixar o jornalismo, o serviço público e a atividade parlamentar no Império.
Portanto, na posição de patrono da cadeira que ora tenho a honra de assumir, Odorico Mendes forneceu séculos de glorioso passado a esta Academia com décadas de nobilitante vida.
                  
                   Senhoras e Senhores acadêmicos,
                   Senhoras e Senhores,

                   Para finalizar, cumpre sublinhar que há 31 anos a destacada arte da literatura vem vicejando neste espaço privilegiado da palavra, que é a Academia de Letras de Brasília, exercendo indisfarçável fascínio sobre todos que se devotam à especial missão de escrever, em razão da imperiosa necessidade de expressar em palavras o resultado de suas vivências.
                   E nesse virtuoso caminho há que permanecer, num processo continuamente alimentado pelo inesgotável gênio criativo do ser humano, de cuja responsabilidade pela manutenção de sua chama fértil as instituições da espécie jamais poderão afastar-se.
                   Ao transpor os umbrais deste templo de preservação do idioma que em plena maturidade cultural já alcançou notoriedade nacional e internacional, é impossível evitar a emoção, ante o peso que emana desta entidade rica em valor, empenho e desenvoltura no seio da sociedade, a evocar tantos nomes altivos que marcam a cultura do País.
                   Acodem-me sentimentos de anseio em adentrar no seu espaço acolhedor e que destila sabedoria, para me identificar com o seu núcleo de atuação e fazer dele a morada permanente da minha alma, sabendo que somente nos deixando envolver pela grandeza dos nossos próprios enigmas é que a nossa vida ganha verdadeiro significado.
                   Ingresso aqui com a clara noção de que nos integramos a uma fronteira franqueada ao livre trânsito de todas as ideias e concepções, num receptáculo de nossas mais fundas heranças e convicções, de um lado, e de outro, num ambiente aberto a paisagens do novo.
                   E fazendo repercutir a poesia de Thiago de Mello, digo que na minha chegada não aceno com “um novo caminho”, mas com o meu “jeito novo de caminhar”.
Recebo o batismo da imortalidade acadêmica ungido com a sagração do dizer de Machado de Assis: “Esta a glória que fica, eleva, honra e consola”.
Por último, peço licença a todos para dividir a consagração deste momento com meus filhos, netos e noras, e particularmente com minha querida esposa, Marizalva, que por mais de 45 anos vem sendo o esteio e a viga mestra de minha trajetória, mostrando força em meus tropeços e se orgulhando por meus triunfos, como o que hoje está sendo celebrado.
Então, encerro com uma homenagem ao sentimento que nos une, guiado por laços cada vez mais firmes, de doce enlevo e permanente encanto, recorrendo à poesia de Robert Scott:

“De mãos dadas, caminhamos muitos anos nesta terra,
Por florestas verdes e praias de areias brancas e densas.
E quando o nosso tempo aqui na terra se for,
No céu te amarei com o mesmo amor.”

Muito obrigado a todos.

Academia de Letras de Brasília, em 26 de setembro de 2013.

VALMIR CAMPELO
Acadêmico

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