Murilo
Moreira Veras
Trasladou-se à
eternidade o ser humano chamado Lindberg Cury, cidadão brasileiro, de berço
anapolino, mas coração brasiliense,
pioneiro entre os construtores da Capital da Esperança.
Elide-se
deste nosso mundo um homem de bem, na medida do que seja a bondade aos olhos do
Criador. Cristão, ciente de seus deveres
de cidadão da Pátria, consciente de sua entropia com os demais concidadãos de
nosso Planeta, nosso Irmão Lindberg nos abandona. E assim o fazendo, deixa em
cada um de nós um átimo de sua vida, do quanto e como participou dessa grande
aventura que constituiu sua vida conosco, aqui neste torrão brasílico.
Conheci-o
pelos idos em que nossa ACLEB – Academia de Letras de Brasília, era apenas um pequeno conciliábulo de letras,
ousando, com seus próprios meios e à custa da fidalguia e firmeza de seus
construtores, firmar-se no cenário nacional como entidade atuante no mundo das
letras e da inteligência.
Por
iniciativa de nossa terceira Presidente, a poetisa Lília Portugal Magnavita – certamente
inspirando-se no seu próprio élan poético – criou a Ordem do Mérito José de
Anchieta, cujo objetivo foi tentar guarnecer
nossa Academia dos recursos materiais e empresariais à sua manutenção e, assim,
mantê-la infensa às intempéries financeiras, que poderiam inviabilizá-la e não
desaparecesse no grande vazio da derrocada material e, ao reboque, seu
desparecimento na história cultural.
Por
escrutínio absoluto, Lindberg Cury foi eleito Presidente da Ordem, encabeçando
um lendário corpo de empresários brasilienses à época. Embora jamais tenha
surtido o tão almejado êxito, o alvedrio de sustentáculo à Entidade – ali
estava seu Presidente, sempre cônscio, disponível, espécie de nosso guardião
invisível.
Alguns
anos depois, a ACLEB já em pleno estágio de ascensão, nosso eterno guardião
ingressa como Acadêmico efetivo, fazendo jus ao currículo exemplar e a
benemerência que de há muito nos
outorgara.
Ecce Homo –
diríamos nós, que tivemos a honra de compartir a vida com ele – eis o homem,
eis nosso irmão, esse caráter impoluto, pai generoso, marido exemplar, amante
de seus afazeres materiais e espirituais. Sobretudo, sem revés, um cristão, um
filho de Deus, a quem cria e em cujas mãos divinas, agora entrega sua vida, para, ao lado de
outros seres límpidos, sediar-se nos limiares da Eternidade, à disposição do
Mestre, a quem sempre soube seguir, inspirando-se no caminho dos justos.
Adeus,
Amigo Lindberg Cury e que Deus o tenha no lugar que lhe for reservado.
Brasília, 3.12.16
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