Por Innocêncio Viégas
Dia 20 de agosto de 2016, dia do
aniversário do Maranhão Viégas, nosso primeiro filho, e dia do Maçom
brasileiro. Vejam que feliz coincidência.
O sábado amanheceu claro, quente
e abafado. Resolvemos ir à casa do casal de amigos e irmãos, Heronisa e
Fagundes de Oliveira. Nós devíamos uma visita a eles para levar-lhes um mimo
pela passagem da data comemorativa do aniversário de casamento do feliz casal.
O Solar dos Fagundes se
engalanou para nos receber e, no portão da nobre casa fomos recebidos com
sorrisos, abraços e com o calor fraterno da amizade.
Depois de abrirem os presentes,
fomos nos abancar em fofinhos sofás, na grande sala de visitas que é
ornamentada com lindos quadros, flores e lembranças dos anos de ouro de uma
vida de amor e paz.
Interrompendo a nossa conversa,
um centenário relógio de parede desata a sonoridade do seu carrilhão, nos
fazendo lembrar os sinos de Notre Dame de Paris. Era o convite para passarmos
ao segundo ato daquela tarde.
Fomos todos para a linda sala de
jantar onde móveis de jacarandá da Bahia nos esperavam.
Em lá chegando, o poeta abriu os
trabalhos com um vinho francês – Beaujolais Nouveau – de sua adega climatizada.
Enquanto o bordeau “suave,
macio, aveludado, ácido na medida perfeita” descia, o queijo da Serra da
Canastra adocicava a nossa alma. A conversa era variada e gostosa, entremeada
com “causos” e velhas anedotas daquelas que não circulam nas redes sociais por
não serem “destes tempos”. Era a preparação para a degustação principal da
tarde.
Terminado o vinho, conversa em
dia, passamos ao refrigério da água cristalina, borbulhante e fria “que naquela
casa se bebe”, preparando as nossas papilas gustativas para o café colonial que
pacientemente nos aguardava.
A tarde devagar se encaminhava para a noite e
o carrilhão do velho relógio não nos deixava esquecer o futebol do Brasil
contra a Alemanha, que seria o jogo da vingança.
A mesa da casa era farta. Uma
verdadeira “quitanda mineira”. Da goiabada cascão ao requeijão frito; do
croissant francês ao “mané pelado” brasileiríssimo; do quibe árabe ao queijo de
búfala da Amazônia; da empadinha de camarão ao bolo de laranja; do ravióli
italiano ao pão de queijo das Minas Gerais; da peta crocante ao pãozinho doce,
macio e com cobertura de leite condensado; e do suco de uva integral ao café
medroso, aquele que só anda acompanhado com leite e por todas essas outras iguarias.
A Bel provava um pouco de
algumas daquelas gostosuras enquanto eu me esbaldava para seguir as indicações
e os conselhos dos nossos anfitriões, a Heronisa e o Fagundes de Oliveira, o
poeta do amor.
Quanto mais saboreávamos, mais
conversa aparecia. Eu estava me sentindo o verdadeiro Pantagruel mitológico.
Mas o implacável carrilhão não dava trégua e a hora do jogo se aproximava
vertiginosamente.
Encerramos a gostosa ceia onde
comemoramos e “bebemoramos” o Dia do Maçom e o dia do aniversário do nosso
primogênito.
Na despedida nos abraçamos
calorosamente no portal do Solar. Ganhei do vate um precioso vinho português da
melhor cepa, e a Bel foi agraciada pela Heronisa com uma linda blusa macia,
gostosa e colorida.
Para perpetuar esse caloroso
dia, o Brasil jogou bravamente. Ganhamos o jogo e perpetuamos essa data – dia
do Maçom – com o ouro olímpico dos deuses da Grécia.
“Gracias à la vida” e à amizade
fraternal que une eternamente os irmãos e velhos amigos, em toda a superfície da
Terra.
Tudo isso aconteceu num encontro
familiar em um gostoso dia dourado do Maçom.
Brindemos!
[*] Teólogo – Escritor; Membro das academias: Acad. de Letras de
Brasília; Acad. Maçônica de Letras do DF; Acad. Maçônica de Letras Paranaense;
Acad. Maçônica de Letras e Artes do Brasil – GOB; Acad. Taguatinguense de
Letras; Confraria dos Amigos da Boa Mesa – COMES; Academia Maçônica de Letras
do Maranhão (correspondente); Academia Maçônica Internacional de Letras; ANE –
Associação Nacional de Escritores – CERAT.
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