quinta-feira, 25 de agosto de 2016

O dia dourado do Maçom




Por Innocêncio Viégas

                Dia 20 de agosto de 2016, dia do aniversário do Maranhão Viégas, nosso primeiro filho, e dia do Maçom brasileiro. Vejam que feliz coincidência.
                O sábado amanheceu claro, quente e abafado. Resolvemos ir à casa do casal de amigos e irmãos, Heronisa e Fagundes de Oliveira. Nós devíamos uma visita a eles para levar-lhes um mimo pela passagem da data comemorativa do aniversário de casamento do feliz casal.
                O Solar dos Fagundes se engalanou para nos receber e, no portão da nobre casa fomos recebidos com sorrisos, abraços e com o calor fraterno da amizade.
                Depois de abrirem os presentes, fomos nos abancar em fofinhos sofás, na grande sala de visitas que é ornamentada com lindos quadros, flores e lembranças dos anos de ouro de uma vida de amor e paz.
                Interrompendo a nossa conversa, um centenário relógio de parede desata a sonoridade do seu carrilhão, nos fazendo lembrar os sinos de Notre Dame de Paris. Era o convite para passarmos ao segundo ato daquela tarde.
                Fomos todos para a linda sala de jantar onde móveis de jacarandá da Bahia nos esperavam.
                Em lá chegando, o poeta abriu os trabalhos com um vinho francês – Beaujolais Nouveau – de sua adega climatizada.
                Enquanto o bordeau “suave, macio, aveludado, ácido na medida perfeita” descia, o queijo da Serra da Canastra adocicava a nossa alma. A conversa era variada e gostosa, entremeada com “causos” e velhas anedotas daquelas que não circulam nas redes sociais por não serem “destes tempos”. Era a preparação para a degustação principal da tarde.
                Terminado o vinho, conversa em dia, passamos ao refrigério da água cristalina, borbulhante e fria “que naquela casa se bebe”, preparando as nossas papilas gustativas para o café colonial que pacientemente nos aguardava.
                 A tarde devagar se encaminhava para a noite e o carrilhão do velho relógio não nos deixava esquecer o futebol do Brasil contra a Alemanha, que seria o jogo da vingança.
                A mesa da casa era farta. Uma verdadeira “quitanda mineira”. Da goiabada cascão ao requeijão frito; do croissant francês ao “mané pelado” brasileiríssimo; do quibe árabe ao queijo de búfala da Amazônia; da empadinha de camarão ao bolo de laranja; do ravióli italiano ao pão de queijo das Minas Gerais; da peta crocante ao pãozinho doce, macio e com cobertura de leite condensado; e do suco de uva integral ao café medroso, aquele que só anda acompanhado com leite e  por todas essas outras iguarias.
                A Bel provava um pouco de algumas daquelas gostosuras enquanto eu me esbaldava para seguir as indicações e os conselhos dos nossos anfitriões, a Heronisa e o Fagundes de Oliveira, o poeta do amor.
                Quanto mais saboreávamos, mais conversa aparecia. Eu estava me sentindo o verdadeiro Pantagruel mitológico. Mas o implacável carrilhão não dava trégua e a hora do jogo se aproximava vertiginosamente.
                Encerramos a gostosa ceia onde comemoramos e “bebemoramos” o Dia do Maçom e o dia do aniversário do nosso primogênito.
                Na despedida nos abraçamos calorosamente no portal do Solar. Ganhei do vate um precioso vinho português da melhor cepa, e a Bel foi agraciada pela Heronisa com uma linda blusa macia, gostosa e colorida.
                Para perpetuar esse caloroso dia, o Brasil jogou bravamente. Ganhamos o jogo e perpetuamos essa data – dia do Maçom – com o ouro olímpico dos deuses da Grécia.
                “Gracias à la vida” e à amizade fraternal que une eternamente os irmãos e velhos amigos, em toda a superfície da Terra.
                Tudo isso aconteceu num encontro familiar em um gostoso dia dourado do Maçom.
Brindemos!


[*] Teólogo – Escritor; Membro das academias: Acad. de Letras de Brasília; Acad. Maçônica de Letras do DF; Acad. Maçônica de Letras Paranaense; Acad. Maçônica de Letras e Artes do Brasil – GOB; Acad. Taguatinguense de Letras; Confraria dos Amigos da Boa Mesa – COMES; Academia Maçônica de Letras do Maranhão (correspondente); Academia Maçônica Internacional de Letras; ANE – Associação Nacional de Escritores – CERAT.

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